Tuesday, 28 January 2014

Prova oral

“Ontem recebi o resultado de minha aprovação na prova oral do MPF, estou absurdamente feliz, e gostaria de escrever algumas dicas para os alunos. Essa foi a terceira vez que fiz uma prova oral de concurso público, antes já tinha sido aprovado nas orais da DPU e AGU. Nessas duas primeiras oportunidades consegui um bom aproveitamento, mas desta vez, no MPF, consegui um aproveitamento ainda melhor, 91,81%, ficando em primeiro lugar na prova oral (empatado com outro candidato) sendo minha menor nota 80% e na classificação final, após os títulos, fiquei em sexto lugar. O grande diferencial de minha preparação para a prova do MPF foi o nosso treinamento prático de prova oral e o estudo focado no edital e examinadores do MPF. Sem dúvida alguma, na prova oral, além de uma base jurídica sólida, que todos que chegaram à prova oral já provaram ter, o mais importante é a forma de apresentar as ideias, a postura, clareza e a segurança. Ou seja, mesmo quando não souber uma resposta, o que certamente irá acontecer, o candidato deve fazer uma introdução genérica sobre o assunto utilizando-se de princípios ou de um histórico sobre o assunto, se necessário o examinador irá direcionar o candidato para o caminho certo, podendo até ficar satisfeito com a resposta genérica dada pelo candidato e passar para outra pergunta sem querer mais detalhes sobre a questão anterior, somente se o examinador reiterar objetivamente a pergunta colocando o candidato literalmente contra a parede é que deve-se falar: “Excelência, não me recordo exatamente deste ponto”. Para conseguir dar uma resposta genérica que agrade o examinador é importante saber conceitos que certamente agradarão a banca examinadora. Por exemplo, se a prova for da AGU, o candidato deve saber tudo sobre princípio da reserva do possível, separação dos poderes, mérito do ato administrativo, discricionariedade da administração pública, supremacia e indisponibilidade do interesse público, ressarcimento ao erário, etc. Se a prova for de MP, deve-se saber tudo sobre princípio da dignidade de pessoa humana, proibição da proteção deficiente, mandados de criminalização, vedação ao retrocesso, ativismo judicial, controle da administração pública, força normativa da constituição, etc. Conceitos como esses encaixam-se facilmente em várias respostas sobre várias matérias e podem salvar o candidato em uma situação de não saber o que falar. Outro ponto que deve ser ressaltado é a forma de expor as ideias, a resposta deve ser dada como se o candidato estivesse dando uma aula, explicando para o examinador clara e didaticamente os conceitos que abordar, sem partir do princípio que o examinador já sabe o que vc está falando. Um examinador do MPF falou para um candidato: "Imagine que eu fosse leigo, se eu que sou da área não estou entendo nada que vc está falando, imagina uma pessoa leiga…". Dessa forma, a linguagem apesar de ser culta, deve ser clara e resposta formulada de forma didática, não adianta o candidato falar palavras "lindas" se isso não for natural. Essa naturalidade, clareza, segurança e postura só se consegue com treinamento. O candidato deve ter a postura de um Advogado da União, Promotor, Procurador, Juiz, etc. O mesmo examinador do MPF criticou expressamente outro candidato: “Eu quero aqui é postura de Procurador, eu estou aqui para desafiar o candidato.” Espero que essas breves dicas sejam úteis para os alunos e me coloco a disposição deles para tirar qualquer dúvida.”

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