“Ontem recebi o resultado de minha aprovação na
prova oral do MPF, estou absurdamente feliz, e gostaria de escrever
algumas dicas para os alunos. Essa foi a terceira vez que fiz uma prova
oral de concurso público,
antes já tinha sido aprovado nas orais da DPU e AGU. Nessas duas
primeiras oportunidades consegui um bom aproveitamento, mas desta vez,
no MPF, consegui um aproveitamento ainda melhor, 91,81%, ficando em
primeiro lugar na prova oral (empatado com outro candidato) sendo minha
menor nota 80% e na classificação final, após os títulos, fiquei em
sexto lugar. O grande diferencial de minha preparação para a prova do
MPF foi o nosso treinamento prático de prova oral e o estudo focado no
edital e examinadores do MPF. Sem dúvida alguma, na prova oral, além de
uma base jurídica sólida, que todos que chegaram à prova oral já
provaram ter, o mais importante é a forma de apresentar as ideias, a
postura, clareza e a segurança. Ou seja, mesmo quando não souber uma
resposta, o que certamente irá acontecer, o candidato deve fazer uma
introdução genérica sobre o assunto utilizando-se de princípios ou de um
histórico sobre o assunto, se necessário o examinador irá direcionar o
candidato para o caminho certo, podendo até ficar satisfeito com a
resposta genérica dada pelo candidato e passar para outra pergunta sem
querer mais detalhes sobre a questão anterior, somente se o examinador
reiterar objetivamente a pergunta colocando o candidato literalmente
contra a parede é que deve-se falar: “Excelência, não me recordo
exatamente deste ponto”. Para conseguir dar uma resposta genérica que
agrade o examinador é importante saber conceitos que certamente
agradarão a banca examinadora. Por exemplo, se a prova for da AGU, o
candidato deve saber tudo sobre princípio da reserva do possível,
separação dos poderes, mérito do ato administrativo, discricionariedade
da administração pública, supremacia e indisponibilidade do interesse
público, ressarcimento ao erário, etc. Se a prova for de MP, deve-se
saber tudo sobre princípio da dignidade de pessoa humana, proibição da
proteção deficiente, mandados de criminalização, vedação ao retrocesso,
ativismo judicial, controle da administração pública, força normativa da
constituição, etc. Conceitos como esses encaixam-se facilmente em
várias respostas sobre várias matérias e podem salvar o candidato em
uma situação de não saber o que falar. Outro ponto que deve ser
ressaltado é a forma de expor as ideias, a resposta deve ser dada como
se o candidato estivesse dando uma aula, explicando para o examinador
clara e didaticamente os conceitos que abordar, sem partir do princípio
que o examinador já sabe o que vc está falando. Um examinador do MPF
falou para um candidato: "Imagine que eu fosse leigo, se eu que sou da
área não estou entendo nada que vc está falando, imagina uma pessoa
leiga…". Dessa forma, a linguagem apesar de ser culta, deve ser clara e
resposta formulada de forma didática, não adianta o candidato falar
palavras "lindas" se isso não for natural. Essa naturalidade, clareza,
segurança e postura só se consegue com treinamento. O candidato deve ter
a postura de um Advogado da União, Promotor, Procurador, Juiz, etc. O
mesmo examinador do MPF criticou expressamente outro candidato: “Eu
quero aqui é postura de Procurador, eu estou aqui para desafiar o
candidato.” Espero que essas breves dicas sejam úteis para os alunos e
me coloco a disposição deles para tirar qualquer dúvida.”
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