Thursday, 29 December 2016

Conduta Comissiva ou Omissiva do Executado Atentatória à Dignidade da Justiça - Multa de até 20%

Art. 774. Considera-se atentatória à dignidade da justiça a conduta comissiva ou omissiva do executado que:

I – frauda a execução;

II – se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios artificiosos;

III – dificulta ou embaraça a realização da penhora;

IV – resiste injustificadamente às ordens judiciais;

V – intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os bens sujeitos à penhora e os respectivos valores, nem exibe prova de sua propriedade e, se for o caso, certidão negativa de ônus.
Parágrafo único. Nos casos previstos neste artigo, o juiz fixará multa em montante não superior
a vinte por cento do valor atualizado do débito em execução, a qual será revertida em proveito do exequente, exigível nos próprios autos do processo, sem prejuízo de outras sanções de natureza processual ou material.

Sunday, 4 December 2016

Recurso Hierárquico Próprio x Recurso Hierárquico Impróprio

Recurso hierárquico próprio
Recurso hierárquico impróprio
Administração direta
Administração indireta
Há hierarquia
Há vinculação
Exame de legalidade e mérito
Somente exame de legalidade
Não necessita de previsão legal, salvo no que se refere aos seus efeitos, ou seja, se de efeito suspensivo, necessita de previsão, se de efeito devolutivo não necessita de previsão.
Necessita de previsão legal.

Thinking like a lawyer

You’re constantly thinking like a lawyer when you:
  • Make “distinctions that do not make a difference to most people” 
  • See “ambiguity where others see things as crystal clear”
  • Look at “issues from all sides” without stating your own position
  • Artfully manipulate facts to “persuasively argue any point”
  • Are “far more adept at analysis than decision”

Wednesday, 23 November 2016

Jeannie Suk Gersen on the principle that you must always believe the accuser of rape


At the Sundance festival première, which I attended, when an audience member asked what people could do to join the fight against campus sexual assault, one of the survivors featured in the film responded, simply, “Believe us.” It is a near-religious teaching among many people today that if you are against sexual assault, then you must always believe individuals who say they have been assaulted. Questioning in a particular instance whether a sexual assault occurred violates that principle. Examining evidence and concluding that a particular accuser is not indeed a survivor, or a particular accused is not an assailant, is a sin that reveals that one is a rape denier, or biased in favor of perpetrators.
This is the set of axioms on which one might build a suggestion that challenging the accuracy of “The Hunting Ground” contributes to a hostile environment on campus. If I am a student at a school where professors seem to disbelieve one accuser’s account, then it is possible that they could disbelieve me if I am assaulted. That possibility makes me feel both that I am unsafe and that my school is a sexually hostile environment. Under this logic, individuals would not feel safe on campus unless they could know that professors are closed off to the possibility that a particular person accused of sexual misconduct may be innocent or wrongly accused. But, then, what would be the purpose of a process in which evidence on multiple sides is evaluated? Fair process for investigating sexual-misconduct cases, for which I, along with many of my colleagues, have fought, in effect violates the tenet that you must always believe the accuser. Fair process must be open to the possibility that either side might turn out to be correct. If the process is not at least open to both possibilities, we might as well put sexual-misconduct cases through no process at all.


The ironclad principle that you must always believe the accuser comes as a corrective to hundreds of years in which rape victims were systematically disbelieved and painted as liars, sluts, or crazies. This history, along with the facts that sexual assault is notoriously underreported and that the crime suffers no more false reports than other crimes—and the related idea that only those actually assaulted would take on the burden of coming forward—leads many advocates today to the “always believe” orthodoxy. We have seen recent high-profile instances in which that article of faith has led to damaging errors, as in Rolling Stone’s reporting of a rape at the University of Virginia, or the prosecution of the Duke lacrosse case. The extent of the damage comes out of the fact that “always believe” unwittingly renders the stakes of each individual case impossibly high, by linking the veracity of any one claim to the veracity of all claims. When the core belief is that accusers never lie, if any one accuser has lied, it brings into question the stability of the entire thought system, rendering uncertain all allegations of sexual assault. But this is neither sensible nor necessary: that a few claims turn out to be false does not mean that all, most, or even many claims are wrongful. The imperative to act as though every accusation must be true—when we all know some number will not be—harms the over-all credibility of sexual assault claims.

Sexual assault is a serious and insidious problem that occurs with intolerable frequency on college campuses and elsewhere. Fighting it entails, among other things, dismantling the historical bias against victims, particularly black victims—and not simply replacing it with the tenet that an accuser must always and unthinkingly be fully believed. It is as important and logically necessary to acknowledge the possibility of wrongful accusations of sexual assault as it is to recognize that most rape claims are true.

Sunday, 20 November 2016

"Fail again. Fail better." Samuel Beckett

Worstward Ho (1983)
  • All of old. Nothing else ever. Ever tried. Ever failed. No matter. Try again. Fail again. Fail better.

Thursday, 21 July 2016

A PASSAGEM DAS HORAS (Álvaro de Campos [Fernando Pessoa])

A PASSAGEM DAS HORAS (Álvaro de Campos [Fernando Pessoa])

Sentir tudo de todas as maneiras,
Ter todas as opiniões,
Ser sincero contradizendo-se a cada minuto,
Desagradar a si-próprio pela plena liberalidade de espírito,
E amar as coisas como Deus.

Eu, que sou mais irmão de uma árvore que de um operário,
Eu, que sinto mais a dor suposta do mar ao bater na praia
Que a dor real das crianças em quem batem
(Ah, como isto deve ser falso, pobres crianças em quem batem —
E porque é que as minhas sensações se revezam tão depressa?)
Eu, enfim, que sou um diálogo contínuo
Um falar-alto incompreensível, alta-noite na torre,
Quando os sinos oscilam vagamente sem que mão lhes toque
E faz pena saber que há vida que viver amanhã.
Eu, enfim, literalmente eu,
E eu metaforicamente também,
Eu, o poeta sensacionista, enviado do Acaso

Às leis irrepreensíveis da Vida,
Eu, o fumador de cigarros por profissão adequada,
O indivíduo que fuma ópio, que toma absinto, mas que, enfim,
Prefere pensar em fumar ópio a fumá-lo
E acha mais seu olhar para o absinto a beber que bebê-lo...
Eu, este degenerado superior sem arquivos na alma,
Sem personalidade com valor declarado,
Eu, o investigador solene das coisas fúteis,
era capaz de ir viver na Sibéria só por embirrar com isso
E que acho que não faz mal não ligar importância à pátria
Porque não tenho raiz, como uma árvore, e portanto não tenho raiz...
Eu, que tantas vezes me sinto tão real como uma metáfora,
Como uma frase escrita por um doente no livro da rapariga que encontrou no terraço,
Ou uma partida de xadrez no convés dum transatlântico,
Eu, a ama que empurra os perambulators em todos os jardins públicos,
Eu, o polícia que a olha, parado para trás na álea,
Eu, a criança no carro, que acena à sua inconsciência lúcida com um colar com guizos,
Eu, a paisagem por detrás disto tudo, a paz citadina
Coada através das árvores do jardim público,
Eu, o que os espera a todos em casa,
Eu, o que eles encontram na rua
Eu, o que eles não sabem de si-próprios,
Eu, aquela coisa em que estás pensando e te marca esse sorriso,
Eu, o contraditório, o fictício, o aranzel, a espuma,
O cartaz posto agora, as ancas da francesa, o olhar do padre,
O lugar onde se encontram as duas ruas e os chauffeurs dormem contra os carros,
A cicatriz do sargento mal-encarado,
O sebo na gola do explicador doente que volta para casa,
A chávena que era por onde o pequenito que morreu bebia sempre,
E tem uma falha na asa (e tudo isto cabe num coração de mãe e enche-o)...
Eu, o ditado de francês da pequenita que mexe nas ligas,
Eu, os pés que se tocam por baixo do bridge sob o lustre,
Eu, a carta escondida, o calor do lenço, a sacada com a janela entreaberta,
O portão de serviço onde a criada fala com os desejos do primo,
O sacana do José que prometeu vir e não veio
E a gente tinha uma partida para lhe fazer...
Eu, tudo isto, e além disto o resto do mundo...
Tanta coisa, as portas que se abrem, e a razão porque elas se abrem,
E as coisas que já fizeram as mãos que abrem as portas...
Eu, a infelicidade-nata de todas as expressões,
A impossibilidade de exprimir todos os sentimentos,
Sem que haja uma lápide no cemitério para o irmão de tudo isto,
E o que parece não querer dizer nada sempre quer dizer qualquer coisa...
Sim, eu, o engenheiro naval que sou supersticioso como uma camponesa madrinha,
E uso o monóculo para não parecer igual à ideia real que faço de mim,
Que levo às vezes três horas a vestir-me e nem por isso acho isso natural,
Mas acho-o metafísico e se me batem à porta zango-me,
Não tanto por me interromperem a gravata como por ficar sabendo que há a vida...
Sim, enfim, eu o destinatário das cartas lacradas,
O baú das iniciais gastas,
A intonação das vozes que nunca ouviremos mais —
Deus guarda isso tudo no Mistério, e às vezes sentimo-lo
E a vida pesa de repente e faz muito frio mais perto que o corpo.
A Brígida prima da minha tia,
O general em que elas falavam — general quando elas eram pequenas,
E a vida era guerra civil a todas as esquinas...
Vive le mélodrame où Margot a pleuré!
Caem folhas secas no chão irregularmente,
Mas o facto é que sempre é outono no outono,
E o inverno vem depois fatalmente,
E há só um caminho para a vida, que é a vida...

Esse velho insignificante, mas que ainda conheceu os românticos
Esse opúsculo político do tempo das revoluções constitucionais,
E a dor que tudo isso deixa, sem que se saiba a razão
Nem haja para chorar tudo mais razão que senti-lo.

Todos os amantes beijaram-se na minha alma,
Todos os vadios dormiram um momento em cima de mim
Todos os desprezados encostaram-se um momento ao meu ombro,
Atravessaram a rua, ao meu braço todos os velhos e os doentes,
E houve um segredo que me disseram todos os assassinos.

(Aquela cujo sorriso sugere a paz que eu não tenho,
Em cujo baixar-de-olhos há uma paisagem da Holanda,
Com as cabeças femininas coiffées de lin
E todo o esforço quotidiano de um povo pacífico e limpo...
Aquela que é o anel deixado em cima da cómoda,
E a fita entalada com o fechar da gaveta,
Fita cor-de-rosa, não gosto da cor mas da fita entalada,
Assim como não gosto da vida, mas gosto de senti-la...
Dormir como um cão corrido no caminho, ao sol,
Definitivamente para todo o resto do Universo,
E que os carros me passem por cima)

Fui para a cama com todos os sentimentos,
Fui souteneur de todas as emoções,
Pagaram-me bebidas todos os acasos das sensações,
Troquei olhares com todos os motivos de agir,
Estive mão em mão com todos os impulsos para partir,
Febre imensa das horas!
Angústia da forja das emoções!
Raiva, espuma, a imensidão que não cabe no meu lenço,
A cadela a uivar de noite,
O tanque da quinta a passear à roda da minha insónia
O bosque como foi à tarde, quando lá passeamos, a rosa,
A madeixa indiferente, o musgo, os pinheiros,
Toda a raiva de não conter isto tudo, de não deter isto tudo,
Ó fome abstracta das coisas, cio impotente dos momentos,
Orgia intelectual de sentir a vida!

Obter tudo por suficiência divina —
As vésperas, os consentimentos, os avisos,
As coisas belas da vida —
O talento, a virtude, a impunidade,
A tendência para acompanhar os outros a casa,
A situação de passageiro,
A conveniência em embarcar lá para ter lugar,
E falta sempre uma coisa, um copo, uma brisa, uma frase,
E a vida dói quanto mais se goza e quanto mais se inventa.

Poder rir, rir, rir despejadamente,
Rir como um copo entornado,
Absolutamente doido só por sentir,
Absolutamente roto por me roçar contra as coisas,
Ferido na boca por morder coisas,
Com as unhas em sangue por me agarrar a coisas,
E depois dêem-me a cela que quiserem que eu me lembrarei da vida.

Poema em linha reta (Fernando Pessoa)

Poema em linha reta (Fernando Pessoa)

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

Wednesday, 11 May 2016

futuro do pretérito vs. condicional: tempo verbal e modo

Ainda o futuro do pretérito vs. condicional
Consultando as respostas anteriores, verifiquei a resposta 7647 em que o consultor J. N. H. faz uma explanação sobre condicional e pretérito e as diferenças existentes em Portugal e no Brasil.
Atualmente, compulsando o volume 3 da série Soltando a Língua, do professor Sérgio Nogueira, verifiquei que a de NGB (Nomenclatura Gramatical Brasileira), em 1959, tornou o futuro do pretérito a denominação oficial para o antigo "condicional" já em desuso e traz alguns exemplos:
1) Ele dizia que não viria (dizer = pretérito imperfeito; vir = futuro do pretérito);
2) Ele disse que não viria, possibilidade usada pela imprensa quando não se sabe ao certo se ele virá...
Há até um exemplo para se evitar ambigüidades, principalmente na imprensa: «Segundo o médico, a causa da morte seria traumatismo craniano.» Nesse caso, não sabemos ao certo se o médico afirmou que a causa morte é traumatismo craniano, mas ele (= o jornalista) não tem certeza disso, ou se nem o médico tem certeza da causa da morte. Havendo realmente a certeza, dizemos: «Segundo o médico, a causa da morte é (ou foi) traumatismo craniano.»
Com base na NGB citada, como é correto escrever?:
1) Gostava de saber como será/seria melhor pontuar o texto;
2) Gostaria de saber como será/seria melhor pontuar o texto;
3) Gostaria de saber se há/haveria melhor forma de pontuar o texto.

Na hipótese de não ter a certeza de ter as perguntas acima respondidas, diria: «Ficaria agradecido se me respondesse» e, caso contrário, tendo a (ou quase) certeza de ter as respostas às perguntas: «Ficarei agradecido a quem me responder.» Estou certo em pensar assim?
Válter da Silva Pinto Oficial de justiça Mogi das Cruzes, Brasil 5K
O condicional é considerado, por muitos autores, um modo e ao mesmo tempo um tempo verbal. Tentarei explicar esta dicotomia, usando os seus próprios exemplos.
Quando o condicional exprime a ideia de realização de uma a{#c|}ção posterior ao momento da enunciação, ou seja, quando marca uma localização temporal relativa a um passado, é considerado um tempo verbal. Por esta razão, é designado também por futuro do pretérito:
(1) «Ele disse que não viria
Quando o ponto de perspectiva temporal não é um tempo passado, o condicional adquire um valor modal, pois é usado não para marcar temporalmente um futuro do passado, mas sim para exprimir uma dúvida, uma incerteza:
(2) «Segundo o médico, a causa da morte seria traumatismo craniano.»
O condicional é, ainda, usado para exprimir um desejo, de uma forma delicada:
(3) «Gostaria de saber como seria melhor pontuar o texto.»
O pretérito imperfeito do indicativo, por sua vez, é um tempo gramatical com informação de passado, mas que em muitas construções pode expressar também modalidade. É por este motivo que é designado por imperfeito de cortesia:
(4) «Gostava de saber como seria melhor pontuar o texto.»
O futuro do indicativo pode também, em certos contextos, exprimir modalidade:
(5) «Gostaria de saber como será melhor pontuar o texto.»
Em conclusão, todas as frases que apresenta são corre{#c|}tas, tendo em conta que cada forma verbal expressa valores semânticos diferentes.
Disponha sempre!


Sandra Duarte Tavares
Tema: Uso e norma
Campos Linguísticos: Semântica temporal; Modo/Modalidade
 
 Em síntese, o pretérito imperfeito do indicativo é usado para:
(i) Designar um acontecimento passado mas não acabado, ou seja, imperfeito;
(ii) Designar uma a{#c|}ção passada habitual;
(iii) Descrever ou narrar, devido ao seu carácter reiterativo;
(iv) Fazer pedidos, como forma de cortesia;
(v) Substituir «pelo futuro do pretérito para denotar um facto que seria consequência certa e imediata de outro, que não ocorreu, ou não poderia ocorrer» (Cunha, 1991).
E o futuro do pretérito ou condicional utiliza-se para:
(i) Indicar acontecimentos posteriores à época de que se fala;
(ii) Exprimir incerteza, dúvida, probabilidade;
(iii) Exprimir surpresa ou indignação em frases interrogativas ou exclamativas;
(iv) «(…) afirmações condicionadas que designam factos que não se realizaram e que provavelmente não se realizarão» (Cunha, 1991)
Ora, na frase em questão, estamos perante uma situação em que o futuro do pretérito («estariam») poderia ter sido substituído pelo pretérito imperfeito («estavam»), e, portanto, a utilização quer de um tempo verbal quer de outro está corre{#c|}ta.
Sempre ao seu dispor.
Bibliografia consultada:
Cunha, Celso e Cintra, Lindley (1991), Nova Gramática do Português Contemporâneo, págs. 450-453 e 461/462.
 

Monday, 9 May 2016

Parallelwertung in der Laiensphäre (Valoração paralela na esfera do profano)

Parallelwertung in der Laiensphäre

Als Parallelwertung in der Laiensphäre bezeichnet man das soziokulturelle Verständnis eines Menschen von normativen Rechtsbegriffen.
Beispiel: Nach § 242 Strafgesetzbuch (Art. 139 StGB in der Schweiz) ist es in Deutschland strafbar, eine fremde bewegliche Sache zu stehlen. Was fremd im Sinne des Gesetzes ist, bestimmt sich objektiv nach den Regeln des Sachenrechts. Im konkreten Fallbeispiel fragt sich also, ob die Sache nicht im Alleineigentum des Täters steht und nicht herrenlos ist. Subjektiv, also bei der Frage nach dem Vorsatz des Täters, kommt es aber nicht darauf an, ob dieser die juristischen Begriffsbildungen richtig erfasst hat, sondern hängt allein von der Parallelwertung in der Laiensphäre ab. Es ist daher nur zu fragen, ob der Täter den wesentlichen Bedeutungsgehalt der rechtlichen Wertung erfasst hat. Nimmt er an, die Sache habe einen Eigentümer und gehöre nicht ihm allein, so ist er strafbar, auch wenn er sich über die Bedeutung von „fremd“ irrt.
Ebenso verhält es sich bei normativen Voraussetzungen von Rechtfertigungsgründen. Glaubt der Täter beispielsweise irrig, zur notwendigen Verteidigung bei der Notwehr gehöre auch, dem Angreifer eine „Abreibung zu verpassen“, so ist er gleichwohl strafbar, wenn er nur durch Parallelwertung in der Laienspäre erfasst, dass zur sofortigen, endgültigen und sicheren Abwehr des Angriffs ein Faustschlag ausgereicht hätte, auch wenn er den juristischen Begriff „notwendig“ nicht zutreffend erfasst.

Siehe auch

Friday, 29 January 2016

GEORGES DANTON, CITATION APOCRYPHE: REVOLUTION FRANÇAISE

  • Le film se termine sur une citation apocryphe de Danton4 :
« Nous avons brisé la tyrannie des privilèges en abolissant ces pouvoirs auxquels n'avait droit aucun homme. Nous avons mis fin au monopole de la naissance et de la fortune dans tous ces grands offices de l'état, dans nos églises, dans nos armées, dans toutes les parties de ce grand corps magnifique de la France.
Nous avons déclaré que l'homme le plus humble de ce pays est l'égal des plus grands. Cette liberté que nous avons acquise pour nous-mêmes nous l'avons affectée aux esclaves et nous confions au monde la mission de bâtir l'avenir sur l'espoir que nous avons fait naître.
C'est plus qu'une victoire dans une bataille, plus que les épées et les canons et toutes les cavaleries de l'Europe et cette inspiration, ce souffle pour tous les hommes, partout en tout lieu, cet appétit, cette soif de liberté jamais personne ne pourra l'étouffer. »

Nós quebramos a tirania de privilégios, abolindo os poderes a que nenhum homem tinha direito. Nós colocamos fim ao monopólio do berço e da riqueza em todos os grandes cargos do Estado: nas igrejas, nos exércitos, em todas as partes deste corpo magnífico que é a França.
Nós declaramos que o homem mais humilde deste país é igual ao maior. Esta liberdade que adquirimos para nós mesmos, nós atribuímos aos escravos e nós confiamos ao mundo a missão de construir o futuro sobre a esperança que fizemos nascer.
É mais do que uma vitória em batalha, mais do que as espadas e as armas e todas as cavalarias da Europa, e esta inspiração, esta sopro de respiração para todos os homens, em todo lugar, em qualquer lugar, este apetite, esta sede de liberdade, ninguém jamais poderá sufocar.

Georges Jacques Danton, Dernier discours :
Georges Jacques Danton fut jugé le 4 avril 1794 lors d'une procédure expéditive, et exécuté le lendemain à 16 heures. Un extrait de son dernier discours, que vous pouvez retrouver dans le film : "La Révolution Française" de Robert Enrico réalisé en 1989
Il n'y aurait pas eu de Révolution. Sans moi.
Il n'y aurait pas eu de République. Sans moi.
Non, vous ne me traînerez pas vers la mort, je suis vivant !
A jamais !
Le monde nous regardera et se demandera quel genre d'hommes nous étions.
Ne laissons pas dire que nous n'étions pas meilleurs que ceux que nous avons chassés.
Nous sommes tous condamnés à mourir.
Je connais cette Cour, c'est moi qui l'ai créée, et j'en demande pardon à Dieu et aux hommes.
A l'origine, elle devait être, non pas le fléau de l'humanité, mais un rempart, une dernière instance contre le déchaînement des fureurs de la brutalité et de la peur.
Au lieu de cela, c'est devenu l'assassinat des consciences.
Et ceux qui plus tard nous jugeront, verront bien que moi, Danton, je n'ai pas voulu cela.
Si je parle aujourd'hui, c'est pour défendre ce que nous avons réalisé, c'est pour tout ce que nous avons atteint, et non pour sauver ma vie.
Nous avons brisé la tyrannie des privilèges, nous avons tué le ver dans le fruit, en abolissant ces pouvoirs auxquels n'avait droit aucun homme.
Nous avons mis fin au monopole de la naissance et de la fortune, et cela dans tous ces grands offices de l'État : dans nos églises, dans nos armées, dans ce vaste complexe d'artères et de veines qui fait vivre ce corps magnifique de la France.
Nous avons déclaré que l'homme le plus humble de ce pays est désormais l'égal des plus grands.
Et cette liberté acquise pour nous-mêmes, nous l'avons offerte aux esclaves, et nous confions au monde la mission de bâtir l'avenir sur l'espoir que nous avons fait naître.
Ceci, c'est plus qu'une victoire dans une bataille, plus que les épées et les canons et tous les escadrons de cavalerie de l'Europe, et cette inspiration, ce souffle pour tous les hommes, partout, en tout lieu, cet appétit, cette soif, jamais on ne pourra l'étouffer.
Nos vies n'auront pas été vécues en vain.