“Man kann die Realität nur in Fragmenten begreifen. Man hat nur zu Fragmenten zugang. Weil wir das tagtäglich so erleben. Man sieht so wenig, man versteht noch weniger. Und nur beim Mainstream-Kino gibt man immer vor, alles zu wissen. Das langeweilt mich.” - Michael Haneke -
http://www.youtube.com/watch?v=xOIEINgWdNg
[Só se pode entender a realidade em fragmentos. Apenas se tem acesso a fragmentos.
Porque nós assim vivemos cotidianamente. Pode-se ver tão pouco, e entender ainda menos. E apenas no cinema Mainstream se está sempre à frente, sabendo tudo. Isso me entendia.]
Saturday, 30 October 2010
Friday, 29 October 2010
lubido
"(...) lubido sic accensa ut saepius peteret viro quam peteretur."
Adaptação de Salústio (só tirei um "s" do original), Bellum Catilinae, 25
"(...) com a libido de tal maneira acesa que mais frequentemente solicitava ao homem do que era solicitada."
Adaptação de Salústio (só tirei um "s" do original), Bellum Catilinae, 25
"(...) com a libido de tal maneira acesa que mais frequentemente solicitava ao homem do que era solicitada."
ΨΥΧΗΣ ΙΑΤΡΟΣ ΓΡΑΜΜΑΤΑ:
“Persuade tibi hoc sic esse ut scribo: quaedam tempora eripiuntur nobis, quaedam subducuntur, quaedam effluunt. Turpissima tamen est iactura quae per neglegentiam fit. Et si uolueris attendere, maxima pars uitae elabitur male agentibus, magna nihil agentibus, tota uita aliud agentibus. Quem mihi dabis, qui aliquod pretium tempori ponat, qui diem aestimet, qui intellegat se cotidie mori? In hoc enim fallimur, quod mortem prospicimus; magna pars eius iam praeterit. Quicquid aetatis retro est, mors tenet.” (Sêneca, Epístolas a Lucílio, I, 1)
[“Persuade a ti mesmo que a coisa é assim como escrevo: Uma parte do tempo é tomada de nós, uma outra é surrupiada e a outra se esvai. Contudo a mais reprovável perda é aquela que surge por negligência. E se desejas olhar com atenção, a maior parte da vida escapa enquanto estamos mal, uma grande parte enquanto nada fazemos, e toda a vida enquanto fazemos outra coisa [que não o que almejamos]. Quem apontas a mim, que põe o menor valor no seu tempo, que estime [cada] dia, que entende ele próprio morrer cotidianamente? Pois nisto falhamos, quando olhamos a morte prospectivamente; a maior parte dela já passou. Tudo da vida que está para trás, a morte possui.”]
"Existenz, Faktizität, Verfallen charakterisieren das Sein zum Ende und sind demnach konstitutiv für den existenzialen Begriff des Todes." Heidegger, Sein und Zeit, § 50.
[Existência, facticidade e decadência caracterizam o Ser-para-o-fim e são, portanto, constitutivos para o conceito existencial da morte."]
"ὅστις γὰρ ἐν πολλοῖσιν ὡς ἐγὼ κακοῖς
ζῇ, πῶς ὃδ' οὐχὶ κατθαυὼν κὲρδος φὲρει;"
[quem vive em muitos males, como eu, [uma vez] tendo morrido, como [pode] não
tomar isso como ganho?] Antígona, Sófocles, linhas 463-4.
"Hier sitz ich, forme Menschen
Nach meinem Bilde,
Ein Geschlecht, das mir gleich sei,
Zu leiden, zu weinen,
Zu genießen und zu freuen sich,
Und dein nicht zu achten,
Wie ich!"
[Aqui estou sentado, a formar homens,
Segundo minha figura,
Uma raça, a ser igual a mim,
Para sofrer, para chorar, para aproveitar e para se comprazer,
E para não te respeitar,
como eu.]
Prometheus, 7ª estrofe - Goethe
"(...) bonum publicum simulantes, pro sua quisque potentia certabant." Salustius, Bellum Catilinae, 38.
[(...) simulando o bem público, qualquer um [deles] lutava pelo seu próprio poder."] Salústio, Guerra de Catilina
"Va a tener mil pasados e ningún futuro" - El secreto de sus ojos
Friday, 22 October 2010
Cotidie morimur - Sein zum Tode - Sein zum Ende
Quando me refiro à morte não me reporto apenas a uma morte, ou seja, não me refiro somente à morte como ato de ceifamento da vida, como momento pontual que coloca fim à vida do indivíduo, pois a morte envolve também o ato de morrer cotidianamente. Estruturalmente, há a morte que nos acompanha ao longo da vida e essa morte, que é inerente a qualquer existência, imprime marca indelével no jeito humano de ser, isto é, naquilo que é chamado de condição humana. Ninguém escapa da morte e estamos vivendo-a (a nossa morte) todos os dias. Vivemos a morte nossa de cada dia.
Esse é um lema central na filosofia de Sêneca, para quem:
“(...) non repende nos in mortem incidere, sed minutatim procedere; Cotidie morimur. Cotidie enim demitur aliqua pars vitae, et tunc quoque, cum crescimus, vita decrescit. Infantiam amisimus, deinde pueritiam, deinde adulescentiam. Usque ad hesternum, quicquid transit temporis, perit; hunc ipsum, quem agimus, diem cum morte dividimus.” (Carta XXIV, 19)
[Não repentinamente, se abate a morte sobre nós, mas procede gradativamente; Morremos cotidianamente. Pois cotidianamente, alguma parte da vida é abatida e, então, também quando crescemos, a vida decresce. Perdemos a infância, nossa meninice, nossa juventude. Continuamente, qual quer que seja o tempo que passa, até mesmo ontem, perece. Dividimos com a morte este mesmo dia que vivemos.]
Essa morte, fruto da decadência, da finitude inerente ao ser humano, nos torna seres-para-a-morte, isto é, o nosso fim apodítico, a morte, torna nossas vidas carentes de um significado apriorístico e somos obrigados a lutar reativamente contra esse decair, contra a vulnerabilidade tão própria do jeito humano de ser. É por isso que somos seres-para-a-morte, porque nossa vida se pauta pelo fim inafastável ao qual estamos atrelados. E tudo o que fazemos em vida, fazemos a fim de fugir da morte, de vencê-la, de dar um sentido a ela, mesmo quando sabemos que o derradeiro fim tornará tudo isso vão e que essa história não tem um final feliz, afinal o herói sempre morre no final.
"Existenz, Faktizität, Verfallen charakterisieren das Sein zum Ende und sind demnach konstitutiv für den existenzialen Begriff des Todes." Heidegger, Sein und Zeit, § 50.
[Existência, facticidade e decadência caracterizam o Ser-para-o-fim e são, portanto, constitutivos para o conceito existencial da morte."] Heidegger, Ser e Tempo, § 50.
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