Wednesday, 11 May 2016

futuro do pretérito vs. condicional: tempo verbal e modo

Ainda o futuro do pretérito vs. condicional
Consultando as respostas anteriores, verifiquei a resposta 7647 em que o consultor J. N. H. faz uma explanação sobre condicional e pretérito e as diferenças existentes em Portugal e no Brasil.
Atualmente, compulsando o volume 3 da série Soltando a Língua, do professor Sérgio Nogueira, verifiquei que a de NGB (Nomenclatura Gramatical Brasileira), em 1959, tornou o futuro do pretérito a denominação oficial para o antigo "condicional" já em desuso e traz alguns exemplos:
1) Ele dizia que não viria (dizer = pretérito imperfeito; vir = futuro do pretérito);
2) Ele disse que não viria, possibilidade usada pela imprensa quando não se sabe ao certo se ele virá...
Há até um exemplo para se evitar ambigüidades, principalmente na imprensa: «Segundo o médico, a causa da morte seria traumatismo craniano.» Nesse caso, não sabemos ao certo se o médico afirmou que a causa morte é traumatismo craniano, mas ele (= o jornalista) não tem certeza disso, ou se nem o médico tem certeza da causa da morte. Havendo realmente a certeza, dizemos: «Segundo o médico, a causa da morte é (ou foi) traumatismo craniano.»
Com base na NGB citada, como é correto escrever?:
1) Gostava de saber como será/seria melhor pontuar o texto;
2) Gostaria de saber como será/seria melhor pontuar o texto;
3) Gostaria de saber se há/haveria melhor forma de pontuar o texto.

Na hipótese de não ter a certeza de ter as perguntas acima respondidas, diria: «Ficaria agradecido se me respondesse» e, caso contrário, tendo a (ou quase) certeza de ter as respostas às perguntas: «Ficarei agradecido a quem me responder.» Estou certo em pensar assim?
Válter da Silva Pinto Oficial de justiça Mogi das Cruzes, Brasil 5K
O condicional é considerado, por muitos autores, um modo e ao mesmo tempo um tempo verbal. Tentarei explicar esta dicotomia, usando os seus próprios exemplos.
Quando o condicional exprime a ideia de realização de uma a{#c|}ção posterior ao momento da enunciação, ou seja, quando marca uma localização temporal relativa a um passado, é considerado um tempo verbal. Por esta razão, é designado também por futuro do pretérito:
(1) «Ele disse que não viria
Quando o ponto de perspectiva temporal não é um tempo passado, o condicional adquire um valor modal, pois é usado não para marcar temporalmente um futuro do passado, mas sim para exprimir uma dúvida, uma incerteza:
(2) «Segundo o médico, a causa da morte seria traumatismo craniano.»
O condicional é, ainda, usado para exprimir um desejo, de uma forma delicada:
(3) «Gostaria de saber como seria melhor pontuar o texto.»
O pretérito imperfeito do indicativo, por sua vez, é um tempo gramatical com informação de passado, mas que em muitas construções pode expressar também modalidade. É por este motivo que é designado por imperfeito de cortesia:
(4) «Gostava de saber como seria melhor pontuar o texto.»
O futuro do indicativo pode também, em certos contextos, exprimir modalidade:
(5) «Gostaria de saber como será melhor pontuar o texto.»
Em conclusão, todas as frases que apresenta são corre{#c|}tas, tendo em conta que cada forma verbal expressa valores semânticos diferentes.
Disponha sempre!


Sandra Duarte Tavares
Tema: Uso e norma
Campos Linguísticos: Semântica temporal; Modo/Modalidade
 
 Em síntese, o pretérito imperfeito do indicativo é usado para:
(i) Designar um acontecimento passado mas não acabado, ou seja, imperfeito;
(ii) Designar uma a{#c|}ção passada habitual;
(iii) Descrever ou narrar, devido ao seu carácter reiterativo;
(iv) Fazer pedidos, como forma de cortesia;
(v) Substituir «pelo futuro do pretérito para denotar um facto que seria consequência certa e imediata de outro, que não ocorreu, ou não poderia ocorrer» (Cunha, 1991).
E o futuro do pretérito ou condicional utiliza-se para:
(i) Indicar acontecimentos posteriores à época de que se fala;
(ii) Exprimir incerteza, dúvida, probabilidade;
(iii) Exprimir surpresa ou indignação em frases interrogativas ou exclamativas;
(iv) «(…) afirmações condicionadas que designam factos que não se realizaram e que provavelmente não se realizarão» (Cunha, 1991)
Ora, na frase em questão, estamos perante uma situação em que o futuro do pretérito («estariam») poderia ter sido substituído pelo pretérito imperfeito («estavam»), e, portanto, a utilização quer de um tempo verbal quer de outro está corre{#c|}ta.
Sempre ao seu dispor.
Bibliografia consultada:
Cunha, Celso e Cintra, Lindley (1991), Nova Gramática do Português Contemporâneo, págs. 450-453 e 461/462.
 

Monday, 9 May 2016

Parallelwertung in der Laiensphäre (Valoração paralela na esfera do profano)

Parallelwertung in der Laiensphäre

Als Parallelwertung in der Laiensphäre bezeichnet man das soziokulturelle Verständnis eines Menschen von normativen Rechtsbegriffen.
Beispiel: Nach § 242 Strafgesetzbuch (Art. 139 StGB in der Schweiz) ist es in Deutschland strafbar, eine fremde bewegliche Sache zu stehlen. Was fremd im Sinne des Gesetzes ist, bestimmt sich objektiv nach den Regeln des Sachenrechts. Im konkreten Fallbeispiel fragt sich also, ob die Sache nicht im Alleineigentum des Täters steht und nicht herrenlos ist. Subjektiv, also bei der Frage nach dem Vorsatz des Täters, kommt es aber nicht darauf an, ob dieser die juristischen Begriffsbildungen richtig erfasst hat, sondern hängt allein von der Parallelwertung in der Laiensphäre ab. Es ist daher nur zu fragen, ob der Täter den wesentlichen Bedeutungsgehalt der rechtlichen Wertung erfasst hat. Nimmt er an, die Sache habe einen Eigentümer und gehöre nicht ihm allein, so ist er strafbar, auch wenn er sich über die Bedeutung von „fremd“ irrt.
Ebenso verhält es sich bei normativen Voraussetzungen von Rechtfertigungsgründen. Glaubt der Täter beispielsweise irrig, zur notwendigen Verteidigung bei der Notwehr gehöre auch, dem Angreifer eine „Abreibung zu verpassen“, so ist er gleichwohl strafbar, wenn er nur durch Parallelwertung in der Laienspäre erfasst, dass zur sofortigen, endgültigen und sicheren Abwehr des Angriffs ein Faustschlag ausgereicht hätte, auch wenn er den juristischen Begriff „notwendig“ nicht zutreffend erfasst.

Siehe auch