Monday, 10 February 2014

Paternidade socio-afetiva x Paternidade biológica; Cour du Cassation e Prescrição "de pessoas"


Nos recursos em que os adotantes ilegais queiram, tempos depois, negar a paternidade de seus filhos, ou quando terceiros alegam erro ou falsidade no ato do registro, percebe-se a prevalência da paternidade socioafetiva, “em nome da primazia dos interesses do menor”, explicou Nancy Andrighi.

Nos casos em que os filhos adotados ilegalmente buscam o reconhecimento dos pais biológicos, a tendência é que a verdade biológica prevaleça.


A paternidade socioafetiva prevalece sobre a biológica para garantir direitos aos filhos, entretanto, ela não prevalece quando é o filho que busca a paternidade biológica em detrimento da socioafetiva.

O raciocínio deve ser aplicado para as adoções à brasileira, já que a adoção legal, conforme dispõe o ECA, é irrevogável e desliga o adotado de qualquer vínculo com pais e parentes (artigos 39, parágrafo 1º, e 41). 


Le 08 janvier 2014
Cour de Cassation, 1ère civ. 6 novembre 2013, n°12-19.269 (1230 FS-P+B)
Action en contestation de paternité : l’importance de la prescription
L’action en contestation de paternité est recevable en rapportant la preuve que le mari ou l’auteur de la reconnaissance n’est pas le père. (Article 332 du code civil)
Toutefois selon l’article 333 alinéa 2 du code civil, « nul, à l’exception du ministère public, ne peut contester la filiation lorsque la possession d’état conforme au titre a duré au moins cinq ans, depuis la naissance ou la reconnaissance, si elle a été faite ultérieurement. »
La possession d’état est une présomption légale permettant d’établir la filiation d’un enfant et se définit par 3 axes :
- nomen - le nom : le fait de porter le nom du parent
- tractatus - le comportement : le fait que l’enfant soit traité par le parent comme son fils/sa fille
- le fama : le fait que l’enfant soit considéré comme tel par son entourage (les administrations, la famille, les amis)
Si ces 3 éléments sont présents, il peut être présumé que la paternité est établie. Cette présomption de paternité ne peut être légalement remise en cause après l’expiration du délai de 5 ans.
Dans un arrêt de la Cour de cassation du 6 novembre 2013*, il y avait en effet possession d’état « conforme au titre » de M. X, puisque :
- M. X était marié à Mme. X, la mère de l’enfant ;
- L’enfant avait été déclaré à sa naissance comme étant celui du mari de sa mère ;
- M. X avait aidé à élever l’enfant.
Cependant, la possession d’état de M.X fut contestée par M. Z qui se disait être le père biologique de l’enfant. Ceci fut confirmé le 4 novembre 2010 par la Cour d’appel de Paris : les tests ADN désignaient en effet M.Z comme étant le vrai père de l’enfant.
La question posée par la Cour de cassation était : M. Z était-il dans les temps pour contester la paternité de M. X ou le délai de 5 ans était-il épuisé ?
L’enfant étant né en 2003, il pouvait être considéré que la possession d’état pouvait être contestée jusqu’à 2008. Or, M. Z avait assigné M. X en 2007, mais l’administrateur ad hoc désigné pour représenter le mineur (ce qui est exigé pour toute action en contestation de filiation) n’avait été désigné qu’en 2010, alors que l’enfant avait 7 ans – le délai de 5 ans comme mentionné par l’article 333 donc expiré.
Cependant, la Cour affirma que : « le délai de cinq ans prévu par l’alinéa 2 de l’article 333 court à compter de l’ordonnance n°2005-759 du 4 juillet 2005, le 1er juillet 2006. »
La loi instituant le délai de 5 ans n’étant entrée en vigueur qu’à partir de 2006, M. Z était donc dans les délais – l’expiration du délai devant intervenir en 2011 - car l’administrateur ad hoc avait été désigné en 2010. Le pourvoi de M. X en Cour de Cassation fut donc rejeté.
M. Z en tant que père biologique de l’enfant était donc en mesure de faire valoir ses droits en exerçant une action en contestation de la possession d’état contre M.X.
* Cour de Cassation, 1ère civ. 6 novembre 2013, n°12-19.269 (1230 FS-P+B)



Cour de cassation, civile, Chambre civile 1, 16 juin 2011, 08-20.475

Arrêt n° 630 du 16 juin 2011 (08-20.475) - Cour de cassation -Première chambre civile

Filiation

Cassation

Filiation

Demandeur(s) : M. R... X...
Défendeur(s) : Mme M... Y...

Attendu que Mme Y..., née en 1972, a été reconnue par sa mère et, en 1983, par M. Z... ; que, par jugement du 25 mars 1991, le tribunal de grande instance de Saint Denis a annulé cette dernière reconnaissance ; que Mme Y... a fait assigner M. X..., par acte du 25 juin 2004, en constatation de possession d’état d’enfant naturel ; que le tribunal de grande instance de Saint Pierre de la Réunion l’a déboutée de sa demande ;
Sur le premier moyen, pris en ses trois branches :
Vu les articles 311 1, 311 2, 334 8 du code civil dans leur rédaction antérieure à celle issue de l’ordonnance n°2005 759 du 4 juillet 2005 ;
Attendu qu’en matière de constatation de possession d’état, il ne peut y avoir lieu à prescription d’une expertise biologique ;
Attendu qu’après avoir estimé que les éléments invoqués par Mme Y... ne suffisaient pas à caractériser la possession d’état dont elle se prévalait, la cour d’appel a ordonné une expertise biologique ;
En quoi elle a violé, par fausse application, les textes susvisés ;
Sur le second moyen, ci après annexé, pris en sa première branche :
Vu l’article 625 alinéa 2 du code de procédure civile ;
Attendu que la cassation de l’arrêt du 28 août 2007 entraîne l’annulation par voie de conséquence de l’arrêt du 19 août 2008 qui en est la suite ;
PAR CES MOTIFS, et sans qu’il y ait lieu de statuer sur les autres griefs du second moyen :
CASSE ET ANNULE, dans toutes ses dispositions, l’arrêt rendu le 28 août 2007, entre les parties, par la cour d’appel de Saint-Denis de la Réunion ; remet, en conséquence, la cause et les parties dans l’état où elles se trouvaient avant ledit arrêt et, pour être fait droit, les renvoie devant la cour d’appel de Saint Denis de la Réunion autrement composée

Président : M. Charruault
Rapporteur : Mme Vassallo, conseiller référendaire
Avocat général : M. Pagès
Avocat(s) : Me Carbonnier ; SCP Delaporte, Briard et Trichet


Friday, 7 February 2014

Quarta Turma garante transmissão de bens a herdeiros de fideicomissário morto

06/02/2014 - 10h07
DECISÃO
Quarta Turma garante transmissão de bens a herdeiros de fideicomissário morto
Em decisão unânime, a Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) reconheceu a legalidade da transmissão dos bens de fideicomissário, falecido antes da fiduciária, a seus herdeiros diretos. A decisão levou em consideração a vontade e os termos impostos pela fideicomitente, em testamento.

A avó dos herdeiros, mãe do fideicomissário, distribuiu a parte disponível de seu patrimônio entre os dois filhos. Das ações e cotas de que era titular em sociedades mercantis, deixou 50% à filha (testamenteira) e, em fideicomisso, 25% para o filho e 25% para a filha, que também foi nomeada fiduciária dos bens.

O filho fideicomissário, entretanto, morreu antes da irmã, fiduciária. Os herdeiros, então, ajuizaram ação declaratória de extinção do fideicomisso contra a tia, para que os bens que compunham a cota de seu pai na herança lhes fossem transmitidos.

Caducidade

A tia dos herdeiros contestou. Alegou que, falecido o fideicomissário, antes de realizado o termo imposto pela fideicomitente, a propriedade se consolidou em nome dela, fiduciária.

A sentença foi pelo julgamento de procedência do pedido da tia. O juízo de primeiro grau apoiou-se nas regras dos artigos 1.735, 1.738, 1.739 e 1.740 do Código Civil de 1916 e concluiu que o fideicomisso caducou quando o fideicomissário faleceu antes da fiduciária.

Apesar de existir no testamento cláusula que determinava a substituição dos fideicomissários falecidos por seus herdeiros, esta foi considerada nula. O juiz entendeu que a disposição contrariava regras de ordem pública do Código Civil.

Fideicomisso extinto

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) aplicou entendimento diferente. O acórdão deu provimento à apelação dos herdeiros para julgar procedente o pedido e declarar extinto o fideicomisso. Para o TJPE, com a morte do fideicomissário, os bens que a este caberiam em razão do fideicomisso passariam a ser titularizados por seus herdeiros, a fim de fazer prevalecer a vontade expressa da testadora.

No caso, foi estabelecido no testamento o termo de 20 anos ou, no caso de morte do fideicomissário, a data em que o mais jovem sucessor deste atingisse a maioridade – disposição que, para o TJPE, está de acordo com as regras pertinentes do Código Civil.

A tia recorreu ao STJ, mas a relatora do processo, ministra Isabel Gallotti, entendeu que o acórdão se manifestou corretamente sobre a validade das disposições testamentárias referentes à instituição fideicomissária.

Última vontade

Gallotti destacou que é dado ao testador regular termos e condições da herança, procedimento que se insere no poder de disposição do particular. Como o mais jovem herdeiro do fideicomissário morto atingiu a maioridade, condição estabelecida pela testadora, a ministra ratificou a extinção do fideicomisso.

“Veja-se que o artigo 1.738 do Código Civil de 1916 (atual artigo 1.958), que dispõe sobre a caducidade do fideicomisso em caso de premoriência do fideicomissário com relação ao fiduciário, remete ao artigo 1.735 (atual artigo 1.955). Este último prevê que, caducando o fideicomisso, a propriedade do fiduciário deixa de ser resolúvel, se não houver disposição contrária do testador. Não se cuida, portanto, de regra legal cogente, mas, ao contrário, dispositiva, segundo texto expresso de lei”, concluiu a relatora.